iCS e parceiros lançam laboratório inovador de investimentos para soluções baseadas na natureza durante a Climate Week
iCS e parceiros lançam laboratório inovador de investimentos para soluções baseadas na natureza durante a Climate Week
Além do lançamento do Nature Investment Lab, outros eventos foram co-organizados pelo Instituto e seus parceiros
O Instituto Clima e Sociedade (iCS), o Banco do Brasil (BB), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ) e o Instituto Itaúsa lançaram o Nature Investment Lab (NIL) durante a New York Climate Week 2024. O Laboratório abordará os desafios atuais no financiamento e dimensionamento de soluções baseadas na natureza (NbS) para mitigar as emissões de gases de efeito estufa da agropecuária e outros usos do solo no Brasil.
Para Maria Netto, diretora executiva do iCS, ao reunir líderes dos setores público, privado, filantrópico e da sociedade civil, “o projeto visa criar um ambiente propício para impulsionar investimentos em projetos de restauração, bioeconomia e agricultura regenerativa no Brasil, desbloqueando novos negócios e oportunidades alinhadas ao clima.”
“Sem o cuidado com a natureza, não conseguiremos atingir a meta do Acordo de Paris, de limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais”, lembra Maria Netto. O Brasil, segundo Maria, tem condições de liderar a promoção de uma agenda de Soluções Baseadas na Natureza (SbN). “Consideramos que a agenda de soluções baseadas na natureza é uma das grandes vantagens do Brasil para a COP30. Mais de 30% do potencial de redução de emissões necessárias para chegar a estabilização de 1,5ºC tem que vir dessas soluções, segundo o IPCC”, complementa Maria Netto.
Segundo Maria Netto, o NIL já deve começar a funcionar em outubro. “É esperado que a cada seis meses possamos ter outputs bem concretos do laboratório, incluindo reformas na regulação financeira que facilite mecanismos de misturas de recursos de blended finance, de reduzir os custos transacionais desses projetos de restauração, de bioeconomia, de agricultura regenerativa e de criar um espaço para destravar projetos que já estão bastante maduros, mas que estão com dificuldades de acessar recursos.”
Um dos eventos paralelos à Assembleia Geral da ONU, a Climate Week NYC (CW), reuniu líderes empresariais, autoridades governamentais, tomadores de decisão e representantes da sociedade civil de diversos segmentos na cidade estadunidense. O objetivo foi aproveitar a reunião de delegações de alto nível na cidade para articular e discutir soluções para o combate às mudanças climáticas, algumas já em curso, com foco nas negociações da COP29, que ocorrerá em Baku, Azerbaijão, em novembro.
Além do lançamento do NIL, o iCS e seus parceiros trouxeram outras contribuições para a implementação de uma agenda climática mais ambiciosa. O instituto co-organizou outros eventos e participou ainda de painéis e atividades ao longo da semana.
No dia 22, o evento Navegando para a COP 29 e o caminho para Belém (disponível em inglês) reuniu dois painéis focados em aspectos críticos da ação climática e financiamento climático, discutindo os principais temas, desafios e oportunidades para as COPs 29 e 30. Co-organizado por iCS, Laclima e NYU, nas mesas estiveram presentes representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento, da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), do Ministério das Relações Exteriores, do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e do NDC Partnership.
No dia 24, o iCS, junto ao Instituto Arapyaú e Uma Concertação pela Amazônia realizaram encontro com a sociedade civil para discutir as conexões entre clima, ciência e política e os caminhos para a COP30. O evento Climate Politics and Climate Science: The road to COP30, realizado na New York University, contou com a secretária Nacional de Mudança do Clima, Ana Toni, o embaixador brasileiro André Corrêa do Lago e o cientista Johan Rockström, do Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático.
Ainda no dia 24 de setembro, iCS e Global Strategic Communications Council (GSCC) co-organizaram o jantar Women Rewrite the Narrative: The Role of Financing in Delivering Climate Action. O evento reuniu mulheres líderes seniores dos setores climático e financeiro para explorar as oportunidades em relação ao financiamento climático e o papel das mulheres na reescrita de sua narrativa.
O iCS apoiou também, no dia 25, junto a Conservação Internacional, The Nature Conservancy (TNC), World Wildlife Fund (WWF) e Wildlife Conservation Society (WCS), a promoção do debate sobre o desenvolvimento do Fundo Floresta Tropical para Sempre (TFFF – Tropical Forest Forever Facility), um mecanismo financeiro proposto pelo governo brasileiro durante a COP28, em Dubai, em 2023. Entre os participantes, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e representantes dos governos da Colômbia e Estados Unidos.
“O TFFF é inovador por ser um investimento de baixo risco que gera rendimentos para o investidor e para aproximadamente 70 países em desenvolvimento. O instrumento busca recompensar esses países pela manutenção das florestas tropicais e serve como um incentivo financeiro para ampliar essas áreas no mundo”, afirma Maria. O iCS atua como um articulador para reunir no debate diferentes stakeholders, como filantropias, organizações da sociedade civil e diferentes tipos de investidores, em nível doméstico e internacional”, esclareceu Maria Netto, diretora executiva do iCS.
Para Netto, o reconhecimento de que clima, biodiversidade e natureza não podem ser vistos como coisas separadas foi um dos pontos altos da semana: “É trazer a natureza para a discussão como uma solução para o combate à mudança do clima”.
Donatários do Instituto também marcaram presença em eventos próprios, debates e articulações de alto nível. Estiveram presentes na Climate Week 2024: Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis, Centro Brasil no Clima, Coalizão Brasil Clima, FGVces, Florestas e Agricultura, Instituto Arapyaú, Instituto E+ Transição Energética, Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) e Plataforma CIPÓ.